O Grande Auditório do CCC não esteve à altura de Paulo Furtado, a.k.a. The Legendary Tiger Man. Não houve gente que chegue para encher metade da sala, que tem uma excelente acústica, já agora. Não conhecia e fiquei muito surpreendido com a qualidade de som.
Quanto ao concerto: tivemos cerca de 1 hora e meia de um one man show, Paulo Furtado esteve à altura, embora sempre com um pé atrás perante uma plateia muito apática. Durante uma primeira parte, assistimos a um concerto bastante bem construído, criando um ambiente quase intímo. À segunda música, Mascarade, já eram notórios os aplausos mais efusivos a uma das mais populares e respeitadas personalidades da música nacional da actualidade.
Paulo Furtado é um homem de rock n' roll, sente-o, vive-o. Os Blues correm-lhe nas veias. Não vale a pena negar que é um gajo que está no sítio certo. Surpreendente também é todo o artwork do Tigerman, tendo videoclips para quase todas as músicas, cada uma cheia de sentido e criatividade, dando ainda mais espectáculo e côr ao concerto. Dono de uma excelente técnica e de um equilíbrio e timing quase perfeitos, Paulo teve mesmo de puxar pelo público, "obrigando-o" a subir ao palco. A meu ver, o concerto perdeu toda a essência a partir deste momento. Partimos para os últimos 20, 25 minutos num ritmo mais frenético e mais treslouco, tal como Furtado queria, mas quebrando todo o clima que tinha construído até ali. Mas pronto, é rock n' roll, não há nada a fazer.
É bem notório que não era a sala indicada para este concerto. The Legendary Tiger Man é já um nome sonante e faz mexer as pessoas e esta sala requer algo mais intimicista, tal como estava a decorrer nos primeiros 45 minutos. Acredito que os Dead Combo, que vêm cá em Maio, serão muito mais indicados para este tipo de ambiente.
De qualquer forma, não saí desiludido. Gostei imenso do concerto, o Tigerman mostrou que é um one man show. Ficou, no entanto, a faltar aquela música que sempre associei ao Legendary Tigerman: Fuck Christmas, I Got The Blues. Fica para a próxima.
E tal como Paulo Furtado questionou: "Vocês gostam de Rock N' Roll?". Nós gostamos. E muito.
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